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Eu miro um olhar pra vocês e cada olhar que volta pergunta mais alto:
“Tem certeza, Alice?”
Mas vou dizer com sinceridade, que não tenho e isso que me
impulsiona a ir. A única coisa que eu sei é que a minha certeza não está aqui.
Mas do futuro eu não quero falar, vamos deixar o amanhã amanhecer sem pressa e
vamos falar do bonito que se foi passar por aqui. Porque foi maravilhoso cada
momento, experiências e sorrisos novos que me tomou o peito. Fiz do carinho que
recebi um ninho quente pras noites de frio. Aprendi que apesar do meu
estresse, sempre tinha um filho de Deus mais estressado que eu, aprendi com
sorrisos a falar sobre o amor recíproco e a diversidade linda de gêneros que é
o mundo. Aprendi a trancos e barrancos, que se eu tenho 50 dias pra fazer um
projeto, eu não posso tirar 49 pra descansar e que nem todos os sábados são dias de
vinhos, mas um cálice antes do almoço de quinta, as vezes cai bem. Aprendi que
se descobrir é importante e inevitável, que com amigos por perto a dor é sim,
de fato dividida e que quando o coração aperta e a garganta inflama, um chá de
cidreira quase cura. Aprendi que na cidade sol, nem sempre o dia brilha, que infelizmente o
normal pra alguns é a repulsa de outros. Aprendi que boas energias se passam
com olhares e abraços verdadeiros e que eles salvam noites e semanas inteiras.
Muita coisa que trouxe de berço, eu passei. Aprimorei por exemplo a respeitar
cada dia mais os gostos, os gozos e os ais alheios, sem um olhar meio de lado.
Aprendi -e me sinto feliz por isso- que ensinar é a arte mais linda e aprender
nos torna artistas também. Me apaixonei por jeitos de pensar e filtros dos
sonhos, gostei de todos os dias acordar com um pouco da sabedoria que cada um
me passou, mesmo que indiretamente. Entendi que conviver não é fácil, mas que
ser maleável e ter disposição pra se tornar agradável é maravilhoso, o mais
bonito que aprendi foi me acostumar com o temperamento das pessoas sem antes
querer saber se elas eram índias(os), evangélicas(os), budistas, ateias(os),
mulçumanas(os), católicas(os), espíritas, ripes, frozens, ninjas ou sei lá. O
incrível foi saber gostar de cada um de vocês pelo que são pra mim. Aprendi sobre
tudo a guerrear em paz e levarei a paz e a leveza que foi encontrar vocês no
meu caminho, dentro do meu coração! Obrigada por tudo, pelo hospitalidade,
acolhida, beijos, abraços espontâneos e apertados e sim a certeza que mora em
mim agora, é que sentirei falta de vocês, muita e sempre! Amo vocês! Beijos da
Carulina, Lice, Sant’Ana, Licinha, Bebê,
Alice e de mim!
Alice Sant'Ana
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